💛 Identificando Sinais e Cuidando com Empatia: A Terapia e a Neurociência no Combate ao Suicídio 😞

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No Dia Internacional de Combate ao Suicídio, celebrado hoje, 10 de setembro, reforçamos a importância de reconhecer sinais e atuar de forma preventiva. O suicídio é um problema de saúde pública global que demanda atenção, empatia e conhecimento, especialmente no seio familiar, onde muitas vezes os primeiros sinais de risco aparecem. A psicanálise e a neurociência oferecem ferramentas valiosas para entender os padrões comportamentais e ajudar a prevenir esse desfecho trágico.

Identificando Padrões Comportamentais de Risco

O comportamento suicida é frequentemente associado a transtornos mentais como depressão, ansiedade, bipolaridade e esquizofrenia. A psicanálise nos ensina a observar mudanças sutis na forma como a pessoa se expressa e se relaciona com o mundo ao seu redor. Segundo Sigmund Freud, o suicídio pode ser entendido como uma agressão que, em vez de ser direcionada a um objeto externo, é voltada contra o próprio indivíduo. Mudanças no comportamento, como isolamento social, perda de interesse por atividades antes prazerosas, alterações no sono e na alimentação, e discursos pessimistas ou desesperançosos, são sinais de alerta.

Na perspectiva da neurociência, estudos mostram que indivíduos com ideação suicida apresentam alterações em regiões cerebrais como o córtex pré-frontal, responsável pelo controle das emoções e pela tomada de decisões. Um artigo publicado na Nature Communications (Holmes et al., 2021) revela que o desequilíbrio na atividade dos circuitos neuronais ligados ao prazer e à recompensa, assim como o aumento da atividade em áreas associadas ao estresse e à dor emocional, são marcadores biológicos importantes.

Técnicas de Tratamento e Suporte Familiar

O papel da família é fundamental no cuidado de indivíduos em risco. É essencial oferecer um ambiente acolhedor e livre de julgamentos. Técnicas de escuta ativa, que envolvem prestar atenção genuína, sem interromper ou minimizar a dor do outro, são eficazes. Na psicanálise, esse método de escuta é chamado de “atenção flutuante” e permite captar nuances do discurso que podem indicar sofrimento intenso ou ideação suicida.

Já na neurociência, técnicas como o Mindfulness e a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) são recomendadas para ajudar na regulação emocional. O Mindfulness, ou atenção plena, ensina o indivíduo a focar no momento presente, reduzindo a ruminação mental e os pensamentos negativos intrusivos, conforme destacado no estudo de Hofmann et al. (2017) publicado no Clinical Psychology Review.

A Importância de Romper o Silêncio

Abordar o tema de forma aberta e direta pode salvar vidas. Muitas vezes, o medo de falar sobre suicídio decorre do mito de que perguntar a alguém se ele pensa em tirar a própria vida pode “incentivar” o ato. Estudos demonstram que o efeito é justamente o contrário: falar sobre o assunto com clareza e empatia diminui o risco, pois faz a pessoa se sentir acolhida e compreendida.

O suporte emocional é tão importante quanto o tratamento profissional. Quando a família reconhece os sinais de risco e age de forma ativa e acolhedora, ela contribui para a construção de uma rede de apoio essencial para a recuperação do indivíduo. Técnicas psicanalíticas, como a análise do discurso e a interpretação de sonhos, podem revelar angústias ocultas e trazer à tona sentimentos que precisam ser elaborados. Já a neurociência nos orienta a encorajar atividades que promovam a neuroplasticidade positiva, como exercícios físicos, práticas meditativas e a exposição a novos aprendizados.

Falar sobre suicídio é uma das formas mais eficazes de prevenir. O conhecimento de técnicas neurocientíficas e psicanalíticas, aliado ao olhar atento e ao coração aberto, pode transformar o ambiente familiar em um espaço seguro para a expressão de sentimentos e o pedido de ajuda. Neste Setembro Amarelo, sejamos agentes ativos na promoção da vida.

Fontes de Referência:

  1. Holmes, A. J., et al. (2021). “Disrupted cortical connectivity in individuals with depression and suicidal ideation.” Nature Communications.
  2. Hofmann, S. G., et al. (2017). “The Effect of Mindfulness-Based Therapy on Anxiety and Depression: A Meta-Analytic Review.” Clinical Psychology Review.
  3. Freud, S. (1917). “Luto e Melancolia.” Standard Edition of the Complete Psychological Works of Sigmund Freud.

Autor

  • Prof. Bergson Marques

    Carioca da Zona Norte, Flamenguista, morador de Del Castilho. Formado em Logística, Pedagogia e Sociologia e Gestão de Saúde. Pós graduado em Engenharia de Suprimentos, Neurociência das Emoções Aplicada a Reabilitação, Neuropcicopedagogia Clínica, Especialização em currículo e prática docente nos anos iniciais do ensino fundamental, Especialização em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e o Mundo do Trabalho, Atendimento educacional Especializado. Estudante de Engenharia de Produção e Terapia de família e Casal. Formação em Psicanálise, Hipnoterapia, Neurofeedback e Coaching.

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